quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Pedaço de papel,

Rabiscado, cortado,

Contendo coisas que não deveria conter,

De quem não se conteve.

Convém que sejam pensamentos soltos,

Nomes de amores, coisa e tal;

Futuros incertos, apostados

Como pedidos de natal.

São letras leves e soltas,

De quem não sabe inventar...

Apenas imita o que vê, ouve e sente.

E o pedaço despedaçado então se vai,

Junto de tudo que também não serve...

Será que se vão apenas os papéis,

Ou os sonhos também são despejados no mundo do dispensável?

E o coração, como fica?

Ah, vai saber!

Ele não sabe que as margaridas também choram

Quanto mais o que corre em seus corredores!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010


Em meio à multidão me desencontro.

Falas, gestos, olhares trocados

Acontecem no mesmo instante em que me perco em meus pensamentos.

É como se eu apenas estivesse ali

Não de alma, mas só de corpo...

E assim tenho estado na maior parte do meu tempo.

Sinto saudades.

Saudades do que passou

E também do que nem aconteceu.

Será que ainda vai?

Tenho medo desse meu desejo desenfreado.

Me sinto só, me busco nos outros,

e não encontro a mim,

mas um estereótipo que os outros querem ver.

Sou um corredor vago, preenchido por amores que passam.

E nunca param.





...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

"Passa todo seu tempo esperando
Por aquela segunda chance,
Por uma oportunidade que deixaria tudo bem
Sempre há um motivo
Para não se sentir bem o suficiente.
E é difícil no fim do dia,
Eu preciso de alguma distração.
Oh, belo descanso
A lembrança vaza das minhas veias...
Deixe-me ficar vazia
E sem peso e talvez
Eu encontrarei alguma paz esta noite.


Nos braços de um anjo,
Voar para longe daqui,
Deste escuro e frio quarto de hotel
E da imensidão que você teme.
Você é arrancado das ruínas
De seu devaneio silencioso.
Você está nos braços de um anjo,
Que você encontre algum conforto lá

Tão cansado de andar na linha,
E para todo lugar que você se vira
Existem abutres e ladrões nas suas costas,
E a tempestade continua se retorcendo.
Você continua construindo a mentira
Que você inventa por causa de tudo que você não tem
Não faz nenhuma diferença
Escapar uma última vez.
É mais fácil acreditar nesta doce loucura, oh
Esta gloriosa tristeza que me deixa de joelhos



Você está nos braços de um anjo.
Que você encontre algum conforto aí.

Sarah McLachlan - Angel

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

?

O oculto, o incerto.

Escrevo o que vem à mente. Não penso, não paro.

Apenas escrevo.

E assim surgem novas linhas.

Escrevo minhas angústias, escrevo os meus amores, escrevo os meus indefinidos sentimentos.

Como a forma de uma interrogação, curvilínea, com vácuo e ponto,

descrevo minha vida.

Inconstante, espaços em branco,

e o ponto que ainda não chegou.

Olho para o meu corpo e me estranho.

Não entendo como funciono, mesmo que todos os estudiosos tentem me explicar,

Não satisfazem a sede que tenho de me conhecer.

O que seriam as palavras então diante disto?

São vagas, abstratas, mesmo parecendo ser profundas.

Não respondem as questões, apenas ilude quem procura respostas.

Assim fomos ensinados, assim ensinamos.

E a vida prossegue dessa forma. Peculiar.

Enquanto isso, busco versos, fontes, vidas, amores

Que consigam desenhar em minha interrogação

A minha utopia aqui na terra,

Mesmo com algumas(muitas) falhas,

Mas que me façam pensar que é assim mesmo,

Que é assim que deve ser...

Para que eu viva como todos,

Sem muitas indagações,

Apenas existindo a cada novo abrir de olhos.